Enquanto todas as atenções da mídia e
todo interesse dos chamados atores políticos de diferentes lados se voltam para
a briga em torno do prédio da prefeitura com os cargos, poder e benesses que
ele representa, outro logradouro público padece do mais profundo esquecimento e
abandono aos olhos e silêncio de quase todos.
Esse equipamento público desprezado é o
único hospital de urgência da cidade denominado Hospital Antonio Pontes de
Aguiar, popularmente conhecido como HAPA.
Na noite de ontem, segundo relato de
funcionários, a situação de penúria do Hospital se agravou ao ponto de “não ter
medicamentos básicos e equipamentos correlatos”, na linguagem do profissional.
Ainda de acordo com servidores da Unidade as equipes de plantão são obrigadas a
escolher os pacientes mais graves para receber hidratação por meio dos últimos
quatro equipos de soro disponíveis numa longa noite de plantão no hospital que
atende 80 mil pessoas só em Chapadinha.
“Além de tudo, o aspecto do prédio é de
descaso total, nem equipo para administrar sangue tinha ontem, não tem Raio X e
só tem uma ambulância funcionando”, relata o profissional que pede socorro em
nome dos pacientes e conclama conselho de saúde, ministério público e
vereadores para uma visita de fiscalização urgente.
Negligenciado, sem exceção, por todas
as administrações municipais até aqui, o HAPA atende às pessoas carentes de
Chapadinha e do Baixo Parnaíba que – diferente dos prefeitos, secretários e
seus familiares – não têm plano de saúde ou condições financeiras para buscar a
rede particular em São Luís ou Teresina.
Sem o apelo de siglas como TRE ou TSE,
o HAPA repete seus dramas porque cuida de um povo que parece ter perdido todo
valor e importância depois do dia 2 de outubro de 2016.
Foto da Sala de Medicamentos |
Do Blog do Alexandre.