O Imparcial.
Desde a noite de sexta-feira (6), após a divulgação da lista de
políticos envolvidos na investigação do Supremo Tribunal Federal na Operação
Lava-Jato, surgem novas denúncias contra os citados. Entre os maranhenses
envolvidos, estão denúncias de pagamento de propina e repasses de dinheiro, ao
senador Edison Lobão (PMDB) e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB),
respectivamente.
De acordo com matéria veiculada no jornal Folha de São Paulo,
entre os depoimentos da delação premiada, estão de um executivo da empreiteira
Camargo Corrêa, que teria repassado cerca de R$10 milhões de propina ao senador
e ex-Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que integra a lista de
políticos investigados pelo STF na Operação Lava Jato. Em depoimento, o
executivo afirmou que o dinheiro foi solicitado pelo próprio peemedebista.
O pagamento teria sido realizado em 2011, quando a empresa foi
contratada para participar da construção da usina de Belo Monte – Lobão era
ministro na época. O nome do senador já havia sido citado em delações do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
Youssef dizia na carceragem da Polícia Federal em Curitiba que
Lobão era o “chefe” do esquema de desvios na Petrobras, segundo a Folha. De
acordo com a publicação, o executivo da Camargo, Dalton Avancini, fez o relato
sobre a suposta propina paga a Lobão durante as negociações com procuradores
para o acordo de delação. Ele também citou que houve trativa sobre suborno na
contratação da Camargo para fazer a usina atômica Angra 3.
Em respostas a essas denúncias, o advogado do senador Lobão,
Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, disse que a
delação não é prova e que a “palavra de delator tem credibilidade zero”,
afirmou.
Quem também teria recebido dinheiro, seria a ex-governadora
Roseana Sarney. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em delação
premiada ter entregue R$ 2 milhões para a campanha da peemedebista ao governo
do Maranhão em 2010, a pedido do então ministro de Minas e Energia, senador
Edison Lobão (PMDB). A reunião teria acontecido no gabinete do ministro. Lobão
e Roseana serão investigadas por corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.