Empresa sediada no paraíso fiscal de Bermudas – e denunciada por trabalho escravo – depositou R$ 500 mil de uma única vez na conta de campanha do chefão comunista, apenas um ano depois de ter pedido recuperação judicial
Fonte: Blog do Marco D´Eça
Chefão Flávio Dino: relação com escravagistas
Uma empresa com sede num paraíso fiscal, que esteve em situação pré-falimentar um ano antes e que um ano depois foi flagrada com mais de mil trabalhadores em situação análoga à da escravidão – inclusive índios - bancou 93% das contas de campanha do chefão comunista Flávio Dino (PCdoB), em 2010, quando ele disputou o governo do Estado com a peemedebista Roseana Sarney e foi derrotado em primeiro turno.
TAC do MPF: Alcana denunciada por escravidão
A descoberta da estreita relação (quase dependência) do hoje presidente da Embratur com o capital escravagista saiu de cruzamentos de informações de sua prestação de contas à Justiça Eleitoral e o histórico dos doadores nos tribunais de justiça e na imprensa nacional.
Na eleição de 2010, Flávio Dino tinha uma projeção de gastos e uma previsão de receita de quase R$ 2,5 milhões, mas acabou gastando, segundo sua contabilidade, apenas R$ 539.830,65.
Documento mostra pedido de recuperação judicial
O maior doador foi a Alcana Destilaria de Alcool, de Nanuque, Minas Gerais, pertencente à InfinityBio-Energy Brasil Partticipações, que tem sede no paraíso fiscal das Ilhas Bermudas.
A Nanuque fez um depósito eletrônico de R$ 500 mil na conta eleitoral de Flávio Dino no dia 23 de setembro de 2010, 10 dias antes da eleição.
Meio milhão de reais de uma só vez. Quase o valor global declarado como despesa de campanha.
Todas as demais previsões de doações foram canceladas.
Ocorre que um ano antes, agosto de 2009, o Grupo InfinityBio-Energy apresentou à Justiça de São Paulo um Plano de Recuperação Judicial, o que sugere situação pré-falimentar, ou seja, à beira da falência.
Custa crer que esse mesmo grupo teria fôlego, 13 meses depois, para doar meio milhão de reais a um único candidato dentre tantos que buscavam esses recursos por todo o Brasil.
Extrato de documento do TSE que comprova doação da destilaria a Flávio Dino
O mais grave, no entanto, apareceu agora: A Comissão Pastoral da Terra, CPT, em análise sobre o trabalho escravo no Brasil, denunciou que, em 2011, o grupo que sustentou a campanha de Flávio Dino foi flagrado com 1.282 trabalhadores escravizados em suas usinas de Mato Grosso do Sul, dentre os quais 285 índios, sendo assim responsável pela preocupante elevação desse tipo de prática naquele ano.
A prestação de contas de Flávio Dino, apesar de aprovadas pelo TRE-MA, tinha contradições gritantes como, por exemplo, a não inclusão de um helicóptero cedido pelo pecuarista Dedé Macedo, de Peritoró.
Agora, para agravar a situação, aparece como praticamente único sustentáculo de toda a sua aventura eleitoreira uma empresa que se baseia num paraíso fiscal e que faz uso do trabalho escravo em larga escala no Brasil.
Uma das práticas condenadas pelo próprio PCdoB…