A Polícia Federal
deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), a operação HYBRIS com a finalidade
de reprimir crimes de responsabilidade, lavagem de dinheiro e organização
criminosa praticados pelos ex-gestores da prefeitura de Jenipapo dos Vieiras no
período de 2005 a 2013.
As investigações
foram iniciadas no ano de 2012 e culminaram com a identificação de um esquema
criminoso que se apropriou de recursos públicos por meio de fraude em
licitações e sua posterior ocultação com a compra de vasta quantidade de
imóveis no interior do Estado do Maranhão, distribuindo-os entre familiares do
ex-prefeito do município.
O grupo criminoso
atuava desde 2005 dissimulando os desvios de verbas públicas destinadas aos
fundos de participação municipal, saúde e educação por meio da contratação de
empresas familiares que operacionalizavam as ações, que aconteciam
principalmente com o saque em espécie de milhões de reais.
O prejuízo aos
cofres públicos, segundo levantamentos preliminares, gira em torno de R$ 92
milhões de reais. Vale lembrar que o município de Jenipapo dos Vieiras
apresentou-se como a terceira cidade com menor índice de desenvolvimento humano
– IDHM do Maranhão no ano 2010.
A Polícia Federal
cumpriu 11 mandados judiciais de busca e apreensão nas cidades de São Luis,
Jenipapo dos Vieiras e Cedral e, ainda, foi determinado o sequestro judicial de
62 imóveis que estão em nome dos investigados.
Na ação foram
apreendidos 4 veículos de modelo Hilux e 2 motocicletas.
O nome Hybris da
operação vem de Aristóteles, que definia a humilhação de pessoas pelo mero
descaso, independente de causa ou qualquer coisa que tenha acontecido ou que
elas tenham feito. Hybris não é o acerto de contas por erros cometidos – isso é
vingança. Hybris é o descaso que alguém tem pelos outros, ou pelos deuses,
quando acha que pode fazer tudo que quiser
Os envolvidos foram
indiciados pelos crimes de responsabilidade, lavagem de dinheiro e associação
criminosa, cujas penas máximas podem alcançar 22 anos de prisão.