Foi
aprovada na comissão mista de deputados e senadores a Medida Provisória 698/15,
que muda as regras para o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
em financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida. O relator, deputado Arnon
Bezerra (PTB-CE) acolheu quatro emendas. Mas, por meio de acordo, prevaleceu a
tese defendida pelo deputado Hildo Rocha, que obriga o governo federal a
destinar 10% dos recursos para habitação de interesse popular (que atende
pessoas com renda familiar mensal de até três salários mínimos) para a
construção de moradias populares em municípios com menos de 50 mil habitantes.
“É
inegável que o país avançou bastante no que se refere à redução do déficit
habitacional, mas havia uma grande injustiça, pois, as famílias que moram em
municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes não eram
beneficiadas em vários programas do Minha Casa Minha Vida como o FAR (Fundo de
Arrendamento Residencial). A emenda de nossa autoria corrige essa injustiça,
permitindo habitantes de pequenos e médios municípios também sejam beneficiadas
com o PMCMV”, comemorou Hildo Rocha.
A
proposta estabelece que famílias, sem a casa própria com renda familiar
estabelecida na legislação, cadastradas em órgãos municipais ou estaduais,
serão beneficiadas. Pessoas residentes em áreas de risco, insalubres, que
tenham perdido a casa em decorrência de enchentes ou outro desastre natural e
idosos terão prioridade.
O texto
foi aprovado por unanimidade e agora segue para votação nos plenários da Câmara
e do Senado, onde precisa ser aprovado até o dia 31 de março, último dia de
vigência da MP. Apesar do prazo apertado de três semanas, por causa
do acordo na comissão mista, a expectativa é que a medida provisória seja
aprovada na Câmara e no Senado a tempo de não perder a validade.
O governo conta com a aprovação da nova regra para lançar a
terceira fase do Minha Casa Minha Vida, que tem como meta a construção de dois
milhões de novas moradias até 2018. Até agora, o programa já entregou mais de
2,5 milhões habitações, segundo o Executivo.