Samara Almeida Mostra Exames e Laudos da Doença da Filha
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O sofrimento de uma mãe pela morte precoce da filha de 3 anos de idade, acabou sendo usado nas redes sociais da internet para desacreditar médicos e outros profissionais da saúde de Chapadinha, por motivação política.
A Denúncia do Facebook
Em conversa no “bate-papo” reservado do Facebook a mãe diz que a filha chegou ao HCC com 40 graus de febre e que teria morrido após uma auxiliar aplicar medicação não prescrita por médicos. Depois – relata a mãe – outra pessoa que trabalha na saúde do bairro (supostamente uma ACS) teria dito que um médico confirmara o erro da auxiliar e pedira segredo.
A conversa se deu entre a mãe da criança Samara Almeida e um internauta identificado por Rodrigo Lima, que tratou de publicar o diálogo na página do Fórum de Discussão dos Problemas de Chapadinha com o título: MAIS UM ERRO MÉDICO EM CHAPADINHA, seguido de publicação de foto da criança no caixão.
Seguiram ao diálogo mais de 70 comentários ofensivos aos médicos e ao sistema de saúde de Chapadinha.
Doença Rara: Leucodistrofia Metacromática
O blog se interessou pela história e procurou ouvir Samara Alves Almeida, de 25 anos, mãe de Rayanne e de mais um casal de filhos para buscar informações sobre o caso e acabou descobrindo fato importante omitido na denúncia da rede social. A mãe Samara Almeida disse a nossa reportagem que a filha Rayanne Eduarda Alves Almeida era portadora de uma doença degenerativa rara chamada Leucodistrofia Metacromática. Ainda segundo a mãe, a criança começou a apresentar os primeiros sinais da doença, quando tinha um ano de idade e foi levada a São Luís, passou um mês internada no Materno Infantil, quando uma ressonância definiu o diagnóstico da doença que não havia cura.
Rayanne Eduarda foi atendida também no Hospital Sarah Kubitschek.
Em São Luís, a neuropediatra Maria José, do Materno Infantil, acompanhou o caso da pequena Rayanne Eduarda e revelou à família da criança que a doença era extremamente rara, pois ainda não havia registro dela no Maranhão e a expectativa de vida neste caso era muito reduzida.
Samara Almeida nos falou ainda que a doença é genética e que, de acordo com as recomendações da neuropediatra a criança deveria ser estudada por especialistas numa universidade e aconselhou que o irmão de Rayanne, Pedro Henrique, de um ano e meio de idade, fosse avaliado com o objetivo de verificar se é portador da mesma doença que acometeu Rayanne, o que ainda não foi feito pela família.
Médicos da capital também disseram que devido aos constantes refluxos gástricos a criança poderia desenvolver uma infecção e, por conta disso, a família deveria redobrar a atenção ao alimentar Rayanne, em função da possibilidade de complicações no processo de deglutição, podendo ir a óbito também por engasgue.
Nos últimos meses Rayanne não enxergava e nem andava mais em decorrência da doença e um mês antes de falecer havia sido “despachada” pelos médicos, conforme relatou a mãe.
Informações do HCC
A direção do HCC, após verificar o prontuário informou que Rayanne chegou ao hospital por volta de 8h e foi atendida pela pediatra Tereza Carlota Carvalho Caldas, que tratou da criança e prescreveu os medicamentos indicados para o caso e solicitou um exame de “raio x” que estava sendo realizado no HAPA, quando a criança teve uma parada cardíaca e faleceu, por volta das 10h.
Mãe Não Confirma Denúncia
Durante a entrevista a mãe lembrou do sofrimento que a pequena Rayanne vinha passando no seu último ano de vida e mostrava certa resignação. Indagada sobre quem teria levantando a possibilidade do erro médico ela contou que foi “o Rodrigo Lima que falou que poderia ter sido, porque eu comentei o caso, ele me pediu pra botar no Facebook e eu aceitei”, disse Samara Almeida, finalizando com a afirmação de que nenhum profissional de saúde, médico ou enfermeiro tenha falado ou especulado a possibilidade de erro.
Recorte da Denúncia do Facebook
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