Além de conceder um
Direito de Resposta que o próprio jornal já havia dado ao governo Flávio Dino,
juiz é irmão de militante do PCdoB auxiliar do governador.
Do Blog do Marco Deça.
Juiz terá que explicar influências das decisões |
A direção do jornal O
EstadoMaranhão decidiu
denunciar ao Conselho Nacional e Justiça o juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública,
João Francisco Gonçalves Rocha, autor do ato de censura à publicação.
As informações são do próprio jornal, em sua edição desta
quinta-feira,14.
Na avaliação da direção, Gonçalves Rocha cometeu um deslize ético
– ao não se declarar suspeito para julgar o caso, mesmo sendo irmão de um
militante do PCdoB e auxiliar de Flávio Dino – e um provável erro técnico, ao
não avaliar, nos autos, que o pedido do comunista já havia sido concedido na
própria reportagem original.
O caso é o seguinte: o EMA revelou, em abril, suspeitas de que
pelo menos cinco pacientes haviam morrido no Hospital Macrorregional de Coroatá
por possível negligência operacional no fornecimento de oxigênio à UTI durante
uma pane elétrica. Na própria matéria, o jornal ouviu o governo, que encaminhou
nota com suas explicações, publicada na íntegra.
Mesmo assim, Flávio Dino resolveu pedir direito de resposta,
coincidentemente a um juiz ligado por laços familiares ao seu governo. E ficou
clara a intenção midiática de Dino em constranger o jornal, o que levanta ainda
mais suspeitas da intenção da decisão.
O EMA entende que, se tivesse se atentado ao fato, João Francisco
Gonçalves Rocha – ou sua assessoria, como é praxe no Judiciário –
perceberiam claramente que o pedido de Dino não caberia mais, já que atendido
na própria matéria original.
A menos que o juiz tenha decidido com base na relação do seu irmão
com o governo, e é isso que precisa ser esclarecido.
De uma forma ou de outra, o juiz terá que dar explicações ao CNJ…
P.S.:
O Estado tem tentado, desde ontem, contato com o juiz Francisco Rocha, que
proibiu a assessoria de fornecer os números dos telefones.
Do Blog do Marco Deça.