Uma comissão de alunos dos cursos de Biologia, Zootecnia e Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão, em Chapadinha, aproveitou a paralisação nacional dos professores das instituições de Ensino Superior Federal, cuja adesão local foi parcial, para reivindicar melhorias no campus.
Como forma de protesto, os estudantes montaram uma barricada, hoje (04), pela manhã, na entrada do Campus IV, exigindo o cumprimento, da carga horária total do Curso de Biologia; professores adjuntos para o curso de Agronomia; Funcionamento do Restaurante Universitário; e estruturação para o funcionamento da Fazenda Universitária.
De acordo com o Presidente do Centro Acadêmico do Curso de Agronomia, Tiago Jansen, a paralisação estudantil é um movimento pacífico, por melhorias no Campus.
“A gente quer sanar problemas vivenciados hoje, como o funcionamento do Restaurante Universitário, a residência estudantil, área de vivência, maior número de bolsas de assistência estudantil, entre tantas outras mínimas coisas que, poderiam ser solucionadas e, evitando movimentos como o que está acontecendo aqui,” afirmou o estudante.
O representante da comissão estudantil disse ainda que, a direção da universidade é ciente dos problemas, mas ainda não tomou nenhum posicionamento, frente à situação.
“No primeiro dia do nosso movimento, a gente teve uma reunião com todas as representações estudantis, só que, diante de todas as nossas demandas, o diretor simplesmente falou que não pode atender certas reivindicações, porque não é da competência dele, tem que ser levada para uma instância superior e, também, depende de licitação, mas, a gente sabe que quando se quer, consegue,” destacou Tiago Jansen.
A também manifestante, Liliane Santos Sousa, Presidente do Centro Acadêmico de Biologia, ressaltou a boa qualidade do corpo docente do campus, no entanto, reclama da falta de transporte público até a universidade e o funcionamento do RU.
“Nós precisamos do Restaurante Universitário funcionando, porque a gente fica naquela de vir pela manhã, voltar ao centro, para almoçar e, retornar à tarde a universidade, então, isso é muito desgastante para o aluno,” reclamou a estudante.
Procurado por nossa reportagem, o reitor do CCAA, Jocélio Santos, falou que, todo e qualquer movimento, dentro da legalidade, conta com o apoio da direção, no entanto, os excessos, ou as ações, que fogem ao que a lei determina, não serão permitidos.
Em relação à redução das aulas do curso de Biologia, o reitor afirmou que o Conselho Nacional de Educação estabelece uma carga horária mínima e máxima, para todo e qualquer curso, e que, o Plano Político e Pedagógico de qualquer curso de graduação, é estabelecido por normas.
“Então, se o curso ao qual, está sendo questionado aqui, reduziu, ou não, a sua carga horária, eu acredito que ele deva estar dentro do que a lei estabelece, caso contrário, ele irá sofrer reformulações para se adequar à legislação vigente,” afirmou o reitor.
O diretor do Campus frisou ainda que, antes da sua gestão, a Universidade Federal do Maranhão, através do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, oferecia apenas 30 bolsas de assistência estudantil, onde cada aluno recebia o valor de cem reais, por mês, hoje, esse número foi elevado para 48 e, cada estudante beneficiado, recebe um total de 300 reais.
“É um apoio para o estudante conseguir se manter na universidade , mas, além disso, eu quero dizer que, outras políticas estudantis foram tomadas, a exemplo da concessão de espaço público da cantina, para ser gerenciado pelos estudantes, a aquisição de micro-ônibus para viabilizar aulas práticas, outras modalidades de bolsas de mobilidade acadêmica nacional e internacional, onde inclusive, nós temos alunos estudando no México, ou seja, temos muitos alunos aproveitando essas oportunidades. Sem falar das modalidades de bolsas de iniciação científica; extensão; e estímulo à docência, o que implica dizer que, nós temos um centro que tem proporcionalmente o maior número de bolsas, tornando injustificável, tal solicitação,” ressaltou Jocélio Santos.
Quanto ao transporte até a universidade, o diretor do CCAA/UFMA disse que algumas pessoas confundem o papel da universidade, que é dar formação cidadã e profissional de nível superior àqueles que nela ingressam, sendo que, atividades básicas, como saúde, transporte, segurança, não são de competência da universidade.
“É competência do Estado, então, o transporte, para vocês terem uma ideia, foi uma luta que, desde 2007, somando forças com os serviços da assistência social da universidade, o município abriu concessão pública para oferecer transporte para os estudantes e, lamentavelmente, isso não foi à frente, não fizeram uso desse transporte e hoje os estudantes reivindicam uma coisa que a direção se empenhou, de forma veemente, mas infelizmente, não souberam aproveitar, então, eu acho um pouco contraditória essa tal reivindicação.”
O reitor falou ainda que, a universidade tem um plano de qualificação docente, através do doutorado interinstitucional, entre a Universidade Federal do Maranhão e a Universidade Estadual Paulista, o que implicará, em um prazo de dois anos e meio, a totalidade de 96% de professores doutores atuando no CCAA/UFMA, em Chapadinha.
“Isso nos coloca em condições de destaque em termo de qualificação, proporcional ao que existe em grandes centros urbanos do sul e sudeste do país, como foi colocado pelo Jornal Valor Econômico do Estado de São Paulo.”
O diretor enfatizou que muitas ações já foram tomadas, muito antes de alguém fazer qualquer exigência e, acredita que, a paralisação estudantil tem uma motivação política interna.
“A gente observa pelo perfil, pelo modelo de paralisação, que ela é muito pontual, ou seja, num total de 644 alunos, apenas um número reduzido de estudantes, estão envolvidos nessa manifestação.”
Jocélio Santos finalizou a entrevista destacando os avanços que a universidade tem alcançado nos últimos seis anos, em todos os aspectos.
"O campus está passando por um amplo processo de estruturação, como pavimentação, jardinagem, urbanização, construção de outros setores, enfim, o prédio principal foi totalmente climatizado, os demais ambientes também serão, quanto à acessibilidade, conseguimos um elevador para facilitar o acesso aos cadeirantes, que será instalado, em breve, sem mencionar que, recentemente o CCAA/UFMA de Chapadinha, sediou a reunião regional da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que nada mais é, que o terceiro maior encontro científico do mundo e o primeiro da América Latina," finalizou o diretor.
Fonte: Ações e Destaques
Fonte: Ações e Destaques