O prefeito Magno Bacelar reuniu
secretários, coordenadores e aliados na tarde e noite desta terça-feira (3) no auditório da Faculdade do Baixo Parnaíba
para receber os dados coletados pela equipe de transição nos últimos meses.
Com o atraso no início do
processo e a dificuldade na obtenção de informações, a equipe só pode concluir
o relatório depois da posse da nova administração e a realidade apresentada
mostra que são grandes os desafios da nova gestão.
Segundo os estudos
preliminares, o índice de gasto com folha de pagamento de funcionários atingiu
10 pontos percentuais acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Enquanto a lei prevê um alerta aos 48,6%, um limite prudencial em 51,3% e um
máximo de 54%, o município teria chegado a escandalosos 63,6% da receita
corrente líquida do município em ano eleitoral.
A ilegalidade impede Chapadinha
de firmar novos convênios com os governos estadual e federal e uma das
primeiras ações do governo para reverter este quadro e reequilibrar as contas
será o recadastramento dos servidores, seguido de cortes de gratificações e
outros adicionais previstos em lei.
Atendendo solicitação do
prefeito, o secretário de Administração, Aldy Saraiva Jr, garantiu que a equipe
realizará o recadastramento com a maior agilidade possível para que o
calendário de pagamento seja definido o quanto antes.
Presente na reunião, o deputado
estadual Levi Pontes lembrou as dificuldades que o país todo vive e as medidas
duras que o governo do estado teve de tomar e precisarão ser repetidas no
município. “Todo mundo sabe o que tem acontecido no Brasil. Os secretários
municipais terão que fazer mais com menos recursos ou o município vai quebrar”,
defendeu.
A equipe responsável pela
transição da Educação, chefiada pela ex-secretária e professora Jesus Lima,
mostrou os motivos das avaliações educacionais de Chapadinha terem caído tanto
nos últimos anos. O abandono nas escolas da zona rural teve como exemplo maior
a queda do teto da escola do povoado Baturité, que exigirá pronta solução, mas
não é só a estrutura física que está comprometida. Cerca de 90% dos professores
concursados da área foram trazidos para a zona urbana e substituídos por
contratados, muitos sem a formação necessária para a função. A reorganização do
setor será uma das prioridades para não haver atraso do calendário escolar.
Mas foi o relato do coordenador
da transição da Saúde, Ely Monteiro, que gerou maior revolta entre os
presentes. Ely abriu dizendo que a saúde “está na UTI”. O Hospital Antônio
Pontes de Aguiar sem medicamentos e as ambulâncias sucateadas colocam em risco
a vida de todos os habitantes. A redução do número de hospitais custou o preço
mais caro de todos. Segundo os dados oficiais, foram 200 mortes infantis nos
últimos quatro anos, período em que o setor materno infantil foi colocado no
mesmo local que atende todos os outros doentes e acidentados. “Isto é caso de
polícia!”, exclamou o prefeito.
A reorganização da
administração será um desafio que exigirá de todos unidade e responsabilidade
para tomar as decisões que precisam ser tomadas, mesmo as que não sejam
compreendidas no primeiro momento.
Fotos: Blog do Foguinho e Fonte: ASCOM.